
Amazônia Brasileira (1997)
FICHA TÉCNICA
VIOLÕES & ARRANJOS Guitars & Arrangements Nilson Chaves e Sebastião Tapajós
VOZ SOLO Lead Vocals Nilson Chaves
VOCAIS Background Vocals Gracinha Almeida e Marcos Amma
PERCUSSÃO Percussion Marcos Amma e Mapyu
PRODUÇÃO EXECUTIVA Executive Producers Rosana Yentas, Ricardo França e Nilson Chaves
GRAVAÇÃO & MIXAGEM Recorded & Mixed by Padrinho Mota, Nilson Chaves e Sebastião Tapajós
GRAVADO "AO VIVO" NO Recorded live at Studio La Cave, Rio de Janeiro, Brasil, Abril / 1997
MASTERIZADO EM/POR Mastered at /by Visom Digital, Rio de Janeiro, Brasil, Maio / 1997 Luiz Tornaghi
EDITORES MUSICAIS Editors
OUTROS BRASIS: Da Minha Terra, Reunida, Fazendinha, Não Vou Sair, Tambor de Couro VISOM Produções: Olho de Boto, Flor do Destino, Sabor Açaí
FOTOGRAFIA Photography Manuel Leite
CAPA E PROJETO GRÁFICO Cover & Graphic Design ASNL Comunicação por Anibal Sá e Nelson Longuinho
PRODUZIDO POR Produced by Outros Brasis Comercial e Editora Ltda.
FAIXAS
Da minha terra
(Nilson Chaves, Jamil Damous)
Nanana-nanana, na-ê
Nanana-nanana, na-ê
Nanana-nanana, êo
Nanana-nanana, êo
Nanana-nanana, na-ê
Nanana-nanana, na-ê
Nanana-nanana, êo
Nanana-nanana, êo
Te trago da minha terra
O que ela tem de melhor
Um doce de bacuri
Um curió cantador
Trago da minha cidade
Tudo o que lá deixei
Dentro do bolso a saudade
E na mala o que sei
E eu sei tão pouco, menina
Desse planeta azul
Sei, por exemplo, que o norte
Fica pros lados do sul
Sei que o Rio de Janeiro
Deságua em Turiaçú
Sei que você é pra mim
O que o ar é pro urubu
Te trago da minha terra
O que ela tem de melhor
Tigela de açaí
Bumba meu boi dançador
Trago da minha cidade
Tudo o que lá deixei
Numa das mãos a vontade
E na outra o que sonhei
E eu sonhei tanto, menina
Londres, Estocolmo, Istambul
Sonhei New York, Caracas
Roma, Paris e Seul
Mas hoje o Rio de Janeiro
Ainda é Turiaçú
Só você pra mim já é
Leste, oeste, norte e sul
Nanana-nanana, na-ê
Nanana-nanana, na-ê
Nanana-nanana, êo
Nanana-nanana, êo
Nanana-nanana, na-ê
Nanana-nanana, na-ê
Nanana-nanana, êo
Nanana-nanana, êo
Nanana-nanana, na-ê
Nanana-nanana, na-ê
Nanana-nanana, êo
Nanana-nanana, êo
Nanana-nanana, na-ê
Nanana-nanana, na-ê
Nanana-nanana, êo
Nanana-nanana, êo
Nanana-nanana, na-ê
Nanana-nanana, na-ê
Nanana-nanana, êo
Nanana-nanana, êo
Nanana-nanana, na-ê
Nanana-nanana, na-ê
Nanana-nanana, êo
Nanana-nanana, êo
Reunida
(Tony Soares, Ruy Baldez, Júnior Soares, Ronaldo Silva)
Chamou Pavulagem, vaqueiro
Terra vai tremer
Lá vem meu boi, lá vem
Pelas ruas de Belém
Quem querer eu
Dou meu coração
Praquela moça donzela
Que sorrir pro meu batalhão
Vem meu amor
Pelo céu tem estrelas
Anel brilhante da Lua
Lumiando pra te balançar
Banlanço esse boi
Pra te ver dançar
Balanço esse boi
Pra te namorar.
Sairê
(Sebastião Tapajós, Ednaldo Queiroz)
Olho de boto
(Cristovam Araujo, Nilson Chaves)
E tu ficaste serena
Nas entrelinhas dos sonhos
Nos escaninhos do riso
Olhando pra nós escondida
Com os teus olhos de rio
Vieste feito um gaiola
Engravidado de redes
Aportando nos trapiches
Do dia a dia e memória
Com os teus sonhos de rio
E ficaste defendida
Com todas as suas letras
Entre cartas e surpresas
Recírio, chuva e tristeza
Vês o pesa da tua falta
Nas velas e barcos parados
Encalhados na saudade
De Val-de-cans ao Guamá
Porto de sal das lembranças
Das velhas palhas trançadas
Na rede de um outro riso
Às margens de outra cidade
Ah, os teus sonhos de rio!
Olho de boto
No fundo dos olhos
De toda a paisagem
Fazendinha
(João Gomes, Nilson Chaves)
Fostes feita pra seres do povo
Pelas mãos de um sublime poeta
Onde tudo é o princípio do novo
E o começo da paz que nos resta
Tens no rosto a feição da beleza
E no corpo a alegria da festa
Pelo sol és eleita princesa
Filha moça do rio com a floresta
Vamos sempre sentar na tua mesa
Pra fazermos a ceia completa
Sobre a guarda da ta nobreza
Entre o teu marabaixo e a seresta
Que você tá fazendo, menina?
Vamos pra Fazendinha
Nessa praia em me sinto um rei
Você é minha rainha
Flor do destino
(Nilson Chaves, Vital Lima)
Te amei assim como água de chuva
Que vai penetrando pra dentro do mundo
Te bebi assim como poço de rua
Que eu olhava dentro mas não via o fundo
Tu me deste um sonho
Eu te trouxe um gosto de tucumã
Tu me deste um beijo
E a gente se amou até de manhã
Veio o sol batendo
E nos despertou
Da gente virando terra, mato,
Galho e flor
Água de riacho é clara e limpinha
Mas às vezes turva com a chuva violenta
Teu amor é um papagaio que xina
Dentro do silêncio da tarde cinzenta
E o amor é um rio
Profundo rio
De muitos sinais
Onde os barcos passam
Conforme o vento deseja e faz
Ai que ainda me lembro
Disso que ficou
Da gente virando terra, mato,
Galho e flor
Três violeiros
(Sebastião Tapajós)
*Instrumental
Catirimbó
((Sebastião Tapajós/E. Queiroz))
* Apenas instrumental
Navio gaiola
(Sebastião Tapajós/Antônio Carlos Maranhão)
Virgem, credo, cruz
Ave Maria
Tá na hora da partida
Corre corre lá na rampa
Velho moço e criança
Minha namorada chora
Levo no olhar muita lembrança
Levo a dor levo esperança
A saudade me devora
Vendo o Sol correr nas brenhas
E sair o navio gaiola
No navio gaiola
A tristeza mora
No fundo das redes
Balançando as horas
A preguiça espicha
A esperança encolhe
Na dança das águas
Vai o rio afora
Virgem, credo, cruz, ave Maria
Valei-me nossa senhora
Meu senhor dos navegantes
(Antonio Carlos Maranhão / Sebastião Tapajós)
Marudá
(Sebastião Tapajós)
Estou dentro de um carro
Indo pra algum lugar
Acho que estou sonhando
Todos os meus sentidos
Querem se embriagar.
No sonho eu tenho dezessete anos
E acho que esse carro
Segue pra Marudá
(acho que estou sonhando)
Placas de Marapanim
Curimbós, Marapanim...
E tu?
Estás a fim dos sons?
Estás a fim de mim?...
Igapó
(Sebastião Tapajós)
*Instrumental
Tamba-Tajá
(Waldemar Henrique)
Ele não sabe que seu dia é hoje
Ele não sabe que seu dia é hoje
Ele não sabe que seu dia é hoje
Ele não sabe que seu dia é hoje
O céu forrado de veludo azul-marinho
Venho ver devagarinho
Onde o Boi ia dançar
Ele pediu pra não fazer muito ruído
Que o Santinho distraído
Foi dormir sem celebrar
E vem de longe o eco surdo do bumbá
Sambando
A noite inteira encurralado
Batucando
E vem de longe o eco surdo do bumbá
Sambando
A noite inteira encurralado
Batucando
Bumba meu Pai do Campo
Bumba meu boi bumbá
Sabor açaí
(Nilson Chaves e João Gomes)
E pra que tu foi plantado
e para que tu foi plantada
pra invadir a nossa mesa
e abastar a nossa casa
teu destino foi traçado
pelas mãos da mãe do mato
mãos prendadas de uma deusa
mãos de toque abençoado
és a planta que alimenta
a paixão do nosso povo
macho fêmea das touceiras
onde oxossi faz seu posto
a mais magra das palmeiras
mas mulher do sangue grosso
e homem do sangue vasto
tu te entrega até o caroço
e a tua fruta vai rolando
para os nossos alguidares
e se entrega ao sacrifício
fruta santa fruta mártir
tens o dom de seres muito
onde muitos não tem nada
uns te chamam açaizeiro
outros te chamam juçara
põe tapioca põe farinha d'água
põe açúcar não põe nada
ou me bebe como um suco
que eu sou muito mais que um fruto
sou sabor marajoara
sou sabor marajoara
sou sabor ...
Não vou sair
(Celso Viáfora)
A geração da gente
não teve muita chance
de se afirmar de arrazar de ser feliz
sem nada pela frente pintou aquele lance
de se mudar de se mandar dêsse País
e aí você partiu pro Canadá
eu fiquei no "já vou já"
pois quando tava me arrumando
pra ir bati com os olhos no luar
e a lua foi bater no mar
e eu fui que fui ficando...
distante tantas milhas
são tristes os invernos
não vou sair tá mal aqui mas vai mudar
os velhos de Brasília
não podem ser eternos
pior que foi pior que tá não vai ficar
não vou sair melhor você voltar prá cá
não vou deixar esse lugar
pois quando tava me arrumando
pra ir bati com os olhos no luar
e a lua foi bater no mar
e eu fui que fui ficando...
Barueri (Arigó)
(Sebastião Tapajós)
*Instrumental
Tambor de couro
(Ronaldo Silva)
*Instrumental